Enem – Exame Nacional do Estado Monitorador



O que em princípio era uma avaliação do ensino médio torna-se uma um processo seletivo obrigatório para quem necessita de bolsa do governo para estudar. Aos poucos, torna-se também a principal porta de entrada nas universidades, em alguns casos a única, no lugar do vestibular. Universidades federais sofrem pressão para que aceitem esse exame como nota principal para o ingresso do aluno. Editais para compra de livros didáticos por parte do governo exigem que o material seja elaborado a partir das áreas de conhecimento estabelecidas pelo Ministério de Educação e contempladas nesse exame. Na prova de redação, exige-se que o agora chamado candidato faça uma proposta de intervenção social respeitando os direitos humanos. Para finalizar, o MEC vai monitorar as redes sociais dos candidatos que estarão em prova.
Pode parecer exagero meu, mas a ditadura adorava obrigar, forçar um pensamento único, pressionar as instituições, impor conteúdos programáticos, incutir suas ideologias e vigiar o que outros publicavam.  Os motivos para monitorar os candidatos são justificáveis, é verdade, mas não poderiam simplesmente aumentar os fiscais no local da provas para evitar o uso do celular? É preciso monitorar, investigar, controlar os espaços do jovem na internet?
Já cantavam os Engenheiros do Hawaii, em “Tribos e tribunais”: “Isso me sugere muita sujeira/Isso não me cheira nada bem.”

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